O
petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos (moléculas de carbono e hidrogênio) que tem origem na decomposição de matéria orgânica,
principalmente o plâncton (plantas e animais microscópicos em suspensão nas
águas), causada pela ação de bactérias em meios com baixo teor de oxigênio. Ao
longo de milhões de anos, essa decomposição foi-se acumulando no fundo dos
oceanos, mares e lagos; e, pressionada pelos movimentos da crosta terrestre,
transformou-se na substância oleosa denominada petróleo. Essa substância é
encontrada em bacias sedimentares específicas, formadas por camadas ou lençóis
porosos de areia, arenitos ou calcários.
Embora
conhecido desde os primórdios da civilização humana, somente em meados do
século 19 (Segunda Revolução Industrial) tiveram início a exploração de campos
e a perfuração de poços de petróleo. A partir de então, a indústria petrolífera
teve grande expansão, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Apesar da
forte concorrência com o carvão e com outros combustíveis considerados nobres
naquela época, o petróleo ganhou projeção no cenário internacional,
especialmente após a invenção dos motores a gasolina e a óleo diesel.
Durante
muitas décadas, o petróleo foi o grande propulsor da economia internacional,
chegando a representar quase 50% do consumo mundial de energia primária, no
início dos anos 1970. Embora declinante ao longo do tempo, sua participação
nesse consumo ainda representa cerca de 43%, segundo a Agência Internacional de
Energia (2004), e deverá manter-se expressiva por várias décadas.
Além de
predominante no setor de transportes, o petróleo ainda é o principal
responsável pela geração de energia elétrica em diversos países do mundo.
Apesar da expansão recente da hidroeletricidade e da diversificação das fontes
de geração de energia elétrica verificadas nas últimas décadas, o petróleo
ainda é responsável por aproximadamente 7,2% de toda a eletricidade gerada no
mundo.
Durante
muitos séculos, o homem procurou abrigo e instalação de suas atividades
cotidianas em locais próximos de recursos naturais, particularmente
energéticos. Com a descoberta dos combustíveis fósseis e da eletricidade, isso
deixou de ser uma preocupação, de modo que, atualmente, os grandes centros
consumidores podem estar distantes das grandes reservas e dos potenciais
energéticos. O caso do petróleo ilustra bem essa tendência do mundo moderno.
Como
indicado no mapa (abaixo),
há uma grande irregularidade na distribuição geográfica das reservas mundiais
de petróleo, em razão das condições geológicas específicas das regiões
detentoras. Cerca de 2/3 das reservas provadas estão localizados no Oriente
Médio, que responde por cerca de, aproximadamente, 6% do consumo mundial. Por
outro lado, a América do Norte, que possui apenas 4,8% das reservas, é responsável
por cerca de 30% do consumo mundial.